ATA DA SEPTUAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 04-9-2008.
Aos quatro dias do mês de setembro do ano de dois
mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos
Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen e Luiz Braz e pela
Vereadora Neuza Canabarro. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Bernardino
Vendruscolo, Ervino Besson, João Bosco Vaz, Marcelo Danéris, Maria Luiza,
Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Professor Garcia e
Sebastião Melo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Dr. Goulart, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 208/08 e o Projeto de Resolução nº 046/08
(Processos nos 4921 e 5169/08, respectivamente); pelo Vereador Luiz
Braz, o Projeto de Lei do Legislativo nº 198/08 (Processo nº 4828/08); pelo
Vereador Márcio Bins Ely, o Projeto de Lei do Legislativo nº 183/08 (Processo
nº 4256/08). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 705631, 717351,
726899, 757775 e 788999/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde.
Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento
verbal formulado pelo Vereador Luiz Braz, solicitando alteração na ordem dos trabalhos
da presente Sessão, tendo sido iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado
a homenagear o Grupo CEEE, nos termos do Requerimento nº 066/08 (Processo nº
4913/08), de autoria do Vereador Luiz Braz. Compuseram a Mesa: os Vereadores
Sebastião Melo e Claudio Sebenelo, respectivamente Presidente e 1º
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores Sérgio Camps
de Moraes e José Francisco Pereira Braga, respectivamente Diretor-Presidente e
Diretor de Transmissão do Grupo CEEE. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Braz, como proponente da presente
homenagem, enfatizou
a importância do Grupo CEEE para o Estado, citando atividades desenvolvidas na
área de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia
elétrica. Sobre o assunto, comentou aspectos atinentes às mudanças verificadas
na estrutura organizacional dessa empresa, desde a criação da Comissão Estadual
de Energia Elétrica, ocorrida no ano de mil novecentos e quarenta e três. O
Vereador Luiz Braz, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, elogiou os funcionários que
integram a equipe do Grupo CEEE e, sobre o tema, salientou os riscos à saúde
que esses trabalhadores têm para garantir segurança à população. Ainda, prestou
homenagem especial ao Senhor Davilmar Lambert de Vieira, ex-funcionário da
CEEE, falecido enquanto trabalhava na manutenção de cabos da rede de energia
elétrica.. O Vereador Sebastião Melo lembrou parcerias firmadas entre este
Legislativo e o Grupo CEEE, agradecendo o apoio recebido por esta Casa na
implantação de projetos socioculturais. Também, propugnou por negociações junto
ao Governo Federal, para que sejam flexibilizadas as regras atinentes à
distribuição de energia elétrica, possibilitando que moradores de áreas
carentes, cujas ligações elétricas hoje são irregulares, consigam normalizar a
situação e manter o acesso a esses serviços. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Claudio Sebenelo analisou problemas enfrentados na Zona Sul de Porto
Alegre em razão do crescimento desorganizado que essa região da Cidade teve nos
últimos anos e os reflexos negativos decorrentes dessa realidade. Nesse
contexto, comentou as dificuldades de atendimento às necessidades de
infra-estrutura lá existentes, alegando ser a energia elétrica como um
dos fatores mais urgentes para a melhoria da qualidade de vida dessa população.
Na ocasião, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Sérgio Camps de
Moraes e José Francisco Pereira Braga, que agradeceram a homenagem hoje
prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao Grupo CEEE. Às quatorze horas
e quarenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e quarenta e sete minutos, constatada a existência
de quórum. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Neuza Canabarro protestou contra a
possibilidade de desativação do Centro Estadual de Treinamento Esportivo – CETE
–, frisando que professores vinculados a esse Centro estão sendo transferidos
para escolas da rede pública. Nesse sentido, lembrou a fundação do CETE, na
gestão do ex-Governador Alceu Collares, aludindo a ações na área educacional
realizadas por esse político e por Sua Excelência, na época Secretária Estadual
da Educação. O Vereador Adeli Sell, em tempo cedido pela Vereadora Sofia Cavedon,
considerou como de abandono absoluto o quadro apresentado pelo Mercado Público
Central de Porto Alegre, criticando os serviços prestados pelas empresas
terceirizadas responsáveis pela limpeza, segurança e manutenção do local.
Ainda, solicitou o apoio dos Senhores Vereadores para a aprovação do
Requerimento nº 080/04, de sua autoria, que requer a constituição de Comissão
Especial para averiguar questões atinentes a esse prédio. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen leu trechos de mensagem eletrônica
recebida por Sua Excelência, na qual cidadã porto-alegrense relata problemas
enfrentados em face de congestionamentos verificados em ruas e avenidas da
Cidade. Sobre o assunto, questionou políticas para a área implementadas pela Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC
–, solicitando ações para melhoria do sistema de tráfego de veículos no
Município. O Vereador João Bosco Vaz reportou-se ao pronunciamento hoje
efetuado pela Vereadora Neuza Canabarro, no período de Comunicações, relativo
ao Centro Estadual de Treinamento Esportivo, afirmando que esse espaço vem
sendo desativado pela Secretária Mariza Abreu. Também, mencionou atletas
reconhecidos nacional e internacionalmente que iniciaram sua formação no CETE,
abordando atividades desportivas e projetos sociais desenvolvidos nesse Centro.
Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Carlos Nedel, em tempo cedido pelo
Vereador Ervino Besson, discutiu a importância do incentivo ao turismo
religioso no Município, registrando, ainda, melhorias feitas no Projeto
Caminhos Rurais de Porto Alegre e obras que estão sendo executadas para a
revitalização do Cais do Porto. Finalizando, defendeu agilização na construção
de um acesso norte para o Porto Seco e propugnou por maior atenção às necessidades
do Bairro São Geraldo. Após, o Vereador João Bosco Vaz manifestou-se, esclarecendo
questões apresentadas por Sua Excelência em seu pronunciamento em Comunicações,
acerca do Centro Estadual de Treinamento Esportivo – CETE. Em PAUTA ESPECIAL,
Discussão Preliminar, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº
040/08, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Guilherme Barbosa, Professor
Garcia, Adeli Sell e Luiz Braz. Na oportunidade, foi apregoado o Ofício nº
747/08, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando licença das
dezoito horas do dia oito de setembro até o dia cinco de outubro do corrente,
em consonância com o previsto no inciso III do artigo 92 da Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor
Garcia, lembrando sua condição de ex-Diretor do Centro Estadual de Treinamento
Esportivo – CETE –, debateu dificuldades enfrentadas por essa instituição,
devido a divergências administrativas entre as Secretarias de Educação e de
Turismo, Esporte e Lazer. Nesse sentido, examinou as possibilidades de
reestruturação do CETE, afirmando que cabe à Governadora do Estado tomar as
decisões finais sobre o melhor encaminhamento a esse assunto. O Vereador Adeli
Sell questionou o Governo Municipal acerca da precariedade em que se encontram
as vilas carentes de Porto Alegre, registrando situações de risco em algumas
dessas comunidades, que podem derivar para acidentes graves com seus moradores.
Sobre o assunto, citou como exemplos principais desses relatos as inundações,
os buracos nas ruas, o acúmulo de lixo e o descaso com o corte de árvores
velhas que a qualquer momento podem desabar sobre casas próximas. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Adeli Sell discorreu sobre o
abandono do Centro da Cidade, aludindo à proliferação de moradores de rua e do
consumo de drogas ilícitas nessa região. Também, denunciou a grande incidência
de roubos e assaltos no Bairro Floresta, bem como a prostituição infantil e uso
de entorpecentes na região, discutindo o descaso da Prefeitura e dos Conselhos
Tutelares em enfrentar essas questões. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/08, os Projetos
de Lei Complementar do Legislativo nos 013 e 014/08, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 146, 157, 187, 194, 195, 200, 207, 209, 210 e
213/08, o Projeto de Resolução nº 049/08; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 016/08, os Projeto de Lei do Legislativo nos
163 e 196/08, o Projeto de Lei do Executivo nº 039/08. Às dezesseis horas e
dezesseis minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Claudio Sebenelo, Carlos
Todeschini, Adeli Sell e Guilherme Barbosa, os dois últimos nos termos do
artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores
Ervino Besson e Aldacir Oliboni. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra.
O
SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito que, logo após a leitura das proposições, façamos a
inversão da ordem dos trabalhos, entrando primeiramente no período de
Comunicações para homenagearmos a CEEE.
O
Ver. Aldacir Oliboni, 3º Secretário, procederá à leitura do Expediente e das proposições
apresentadas à Mesa.
O SR. 3º SECRETÁRIO (Aldacir Oliboni): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Obrigado, Ver. Oliboni. Passo a
presidência dos trabalhos ao nosso Presidente, Ver. Sebastião Melo.
(O
Ver. Sebastião Melo assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Primeiro
quero agradecer ao Ver. Todeschini, Vice-Presidente da Casa, pela abertura e
pela condução dos trabalhos até o presente momento.
Passamos
às
Hoje este período é destinado a homenagear o Grupo CEEE, nos termos do Requerimento
nº 066/08, de autoria do Ver. Luiz Braz, Processo nº 4.913/08.
Convidamos para compor a Mesa o Sr. Sérgio Camps de
Moraes, Diretor-Presidente da CEEE; também aquele nosso querido que presidiu a
Companhia até poucos dias atrás - e muito bem a presidiu -, hoje Diretor da
Empresa, Sr. José Francisco Pereira Braga. Quero saudar também os funcionários,
gerentes, chefes de departamentos, todos os que nos honram com a sua presença
nesta homenagem à CEEE.
O Ver. Luiz Braz, proponente desta homenagem, está
com a palavra em Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre, Ver. Sebastião Melo; Sr. Sérgio Camps de Moraes, representante do Governo
do Estado Rio Grande do Sul, Diretor-Presidente da CEEE; meu querido amigo,
companheiro, Diretor de Transmissão da CEEE, Engenheiro José Francisco Pereira
Braga; senhoras e senhores, todos aqueles que estão aqui prestigiando esta
homenagem à CEEE; autoridades,
imprensa, meus amigos Vereadores, sejam todos muito bem-vindos.
Quando
um momento crítico se apresenta, quando uma família procura se esconder no seu
lar para fugir às maiores tormentas, no momento em que todas, Ver. Sebastião
Melo, se refugiam por causa de um ciclone, por causa de uma tempestade, às
vezes nem imaginam que, para garantir a tranqüilidade nas suas casas, para que
possam levar as suas vidas naquele mesmo diapasão, um profissional está
enfrentando aquela intempérie - muitas vezes com risco à sua própria vida -,
possibilitando que a vida de todos nós possa correr tranqüilamente.
Começo
assim este meu pronunciamento em homenagem aos 65 anos da CEEE, fazendo, meu
amigo Braga e meu amigo Camps, uma homenagem a um companheiro de todos vocês
que trabalham na CEEE, uma homenagem a alguém que faleceu trabalhando, o Sr.
Davilmar Lambert de Vieira, que caiu de um poste enquanto estava tentando fazer
um reparo. Mas, conversando com as pessoas ligadas à CEEE, facilmente a gente
chega à conclusão de que essa não foi uma vítima isolada; são comuns, em toda a
história da Companhia, casos como esse, são pessoas que estão tentando, de
alguma forma, fazer com que a vida de todos nós possa transcorrer com
normalidade e que acabam tendo suas vidas ceifadas ou tendo problemas às vezes
não de morte, mas de acidentes graves em que se envolvem. Então eu quero
também, nesta homenagem que hoje realizamos a toda a Companhia, fazer uma
homenagem a esses heróis anônimos, que, na grande maioria das vezes, recebem
homenagem apenas do seu grupo familiar e de alguns amigos, mas que, na verdade,
deveriam receber uma homenagem de todo o conjunto da sociedade.
Quando solicitamos ao amigo Braga os dados para que
prestássemos esta homenagem aos 65 anos, recebi...
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Braz, eu sei que o tempo ficou curto,
mas, como não tenho hoje a possibilidade de usar da palavra, quero cumprimentar
V. Exª pela iniciativa, cumprimentar o Presidente, o Diretor e demais colegas
de Empresa por esta homenagem. A CEEE já foi uma Comissão, passou para
autarquia e, vinte anos depois, se transformou nessa Empresa, ela significa o
desenvolvimento do nosso Estado, embora outras formas de energia sejam
necessárias inclusive, mas a energia elétrica continua sendo o esteio do
desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Cumprimento todos e V. Exª também.
O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Ver. Guilherme
Barbosa.
Srs. Vereadores, recebi aqui um histórico da
Companhia, acredito que a sua divulgação merece ser dada, porque, afinal de
contas, talvez a maior homenagem que nós possamos prestar é fazer com que todos
realmente possam saber como é que se desenvolveu a Companhia ao longo da
história.
A
Srª Maristela Maffei: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, cumprimento a
Direção da nossa CEEE, o Presidente e os funcionários. Quero dizer que moro em
uma das regiões com maiores problemas em termos de regularização fundiária
desta Cidade. Nós sabemos o quanto é difícil resolver esses problemas lá na
nossa Lomba do Pinheiro, que não deve ser diferente de muitas regiões de todo o
nosso Estado e de nossos bairros. Mas, Vereador, aproveito esta oportunidade
para fazer uma homenagem a uma pessoa que tem sido de uma postura maravilhosa -
e não apenas por se tratar de uma funcionária, uma mulher: por intermédio da
Engenheira Rosane, quero fazer uma homenagem a toda a Direção. Ela é uma pessoa
excepcional e sempre que possível está junto conosco. Então, fica a nossa
homenagem a todos os funcionários e à Direção. Um grande abraço a todos,
parabéns. Vida longa à nossa CEEE!
O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, minha querida
Maristela.
O Sr. Beto Moesch: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, em nome do Partido
Progressista, dos Vereadores João Antonio Dib e Nedel, quero estender esta
homenagem à Diretoria e a todos os funcionários da CEEE, que não é só uma das principais
instituições do Estado do Rio Grande do Sul - a CEEE é um patrimônio dos
gaúchos. E também quero reforçar um trabalho que tenho não só acompanhado, mas
trabalhado diretamente com a CEEE, que é o trabalho com relação às energias
alternativas. Hoje nós temos um dos mais importantes parques eólicos do mundo,
do qual a CEEE participa direta ou indiretamente. Temos pequenas hidrelétricas,
a biomassa, que vem aí, e a CEEE sempre participando desse processo. Em Porto
Alegre, nós aprovamos, na Legislatura passada, os cabos ecológicos, um trabalho
feito em conjunto com a CEEE, e firmamos, no ano passado, um convênio no
sentido de fazermos um manejo da vegetação aqui nos postes em conjunto com a
CEEE. Portanto, a Companhia é uma instituição que sabe muito bem fazer
parcerias. Parabéns.
O
SR. LUIZ BRAZ: Obrigado,
Ver. Beto Moesch.
O
Sr. José Ismael Heinen: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a oportunidade ao
nobre Ver. Luiz Braz e o parabenizo pela oportunidade justa desta homenagem.
Quero cumprimentar os Diretores da CEEE em nome do Democratas, cumprimento
todos os funcionários, toda a estrutura da CEEE. E lembro da responsabilidade
que a CEEE tem nesse desafio da infra-estrutura do nosso País. A energia
elétrica é necessária para uma alavancagem rápida, a fim de termos o
desenvolvimento necessário ao nosso País. Parabéns pela homenagem, parabéns à
CEEE!
O
SR. LUIZ BRAZ: Obrigado,
Ver. José Ismael Heinen.
O
Sr. Dr. Raul: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, dizer da
oportunidade desta homenagem é uma obviedade. Eu me manifesto no sentido de que
em toda a minha vida pessoal a CEE esteve presente, meu pai foi Diretor da
parte de transmissão também da CEEE - o Dr. Noé de Mello Freitas, naquela época
fantástica que passou a Companhia. E eu ia ao Edifício Formac, aquilo ali vem
comigo. O trabalho da CEEE está cada vez mais se expandido; ela está realmente
no coração de todos nós, gaúchos.
O
SR. LUIZ BRAZ: Obrigado,
Ver. Dr. Raul.
Em
1° de fevereiro de 1943, através do Decreto-Lei Estadual n° 328, foi criada a
Comissão Estadual de Energia Elétrica, a CEEE. Em 1945, a CEEE lançou-se à
programação de obras de eletrificação, constituída de pequenas usinas
hidrelétricas formadoras do mercado e preparadoras de pessoal. Em 04 de agosto
de 1946, numa tentativa de utilização de capital privada, foi criada, através
do Decreto-Lei Estadual n° 2.060, a União Rio-Grandense de Usinas Elétricas
S/A, a URGUE. Em 09 de novembro de 1946, pelo Decreto-Lei n° 1.252, foi
restaurada a vigência do Decreto-Lei n° 328, pelo prazo em que se fizessem
necessários os serviços da Comissão Estadual de Energia Elétrica.
Em
21 de março de 1947, pelo Decreto-Lei n° 1.392, a CEEE passou a ser subordinada
diretamente ao Governo do Estado. Em 20 de fevereiro de 1952, pela Lei n°
1.744, a CEEE foi transformada em autarquia e assim continuou até dezembro de
1963, em busca do objetivo que lhe fora atribuído quando de sua criação. Em 12
de fevereiro de 1959, pelo Decreto-Lei nº 10.358, ficou subordinada, para todos
os fins e efeitos legais administrativos, à Secretaria do Estado dos Negócios
de Energia e Comunicações, criada pela Lei Estadual nº 3.602. Em 11 de maio de
1959, através do Decreto-Lei nº 10.466, assinado pelo então Governador Leonel
Brizola, são encampados os contratos de concessão e declarados de utilidade
pública, para fins de desapropriação, os bens aplicados pela Companhia de
Energia Elétrica Rio-Grandense - capital americano - nos serviços de
eletricidade de Porto Alegre e Canoas. Em 19 de dezembro de 1963, em
conformidade com a Lei Estadual nº 4.136, a antiga Comissão Estadual de Energia
Elétrica foi transformada em Sociedade de Economia Mista, com a designação de
Companhia Estadual de Energia Elétrica. Em 26 de dezembro de 1995, a Lei
Estadual nº 10.560 institui o Cadip - Caixa de Administração da Dívida Pública
S.A. Em 28 de dezembro de 1995, a Lei Estadual nº 10.607 institui o
Programa de Reforma no Estado - PRE.
Em
02 de janeiro de 1996 é sancionada a Lei Estadual nº 10.681, que dá nova
redação ao art. 4º da Lei nº 4.136, permitindo a alienação de até 49% do Capital
Social da Companhia. Em 26 de dezembro de 1996, a Lei Estadual nº 10.900
autoriza o Poder Executivo a reestruturar societariamente e patrimonialmente a
CEEE. Em 11 de agosto de 1997, a Assembléia Geral Extraordinária dos acionistas
da CEEE autoriza a criação das empresas Companhia e Geração Térmica de Energia
Elétrica, Companhia Centro-Oeste de Distribuição de Energia Elétrica e
Companhia Norte-Nordeste de Distribuição de Energia Elétrica. Em dezembro de
2006, com a reestruturação societária da CEEE, originaram-se: a Companhia
Estadual de Energia Elétrica Participações, a CEEE-Par; a Companhia Estadual de
Geração e Transmissão de Energia Elétrica, a CEEE-GT, e a Companhia Estadual de
Distribuição de Energia Elétrica, a CEEE-D.
Eu
quero dizer que para a Casa do Povo de Porto Alegre - estou nesta Casa há 26
anos, duas vezes já tive a felicidade de presidir esta Casa, assim como o Ver.
Sebastião Melo está tendo essa felicidade neste ano -, com toda a certeza, este
é um dos momentos de júbilo, quando podemos prestar esta homenagem a uma
Companhia que representa tanto para todos nós, do Rio Grande do Sul, e
principalmente para nós que somos representantes da sociedade de Porto Alegre;
estamos extremamente felizes, porque sentimos, a todo o instante, o esforço que
faz a Companhia e seus dirigentes para que ela, cada vez mais, preste melhores
serviços à nossa população. Muito obrigado, parabéns pelos 65 anos! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Solicito ao Ver. Claudio Sebenelo que assuma a presidência dos trabalhos.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero, primeiro, saudar os Diretores desta extraordinária
Empresa: o Sérgio e o Braga. Fiz questão de vir à tribuna, Ver. Braz, porque V.
Exª oportuniza a esta Casa e à Cidade um debate muito importante.
Primeiro,
sou muito grato, Diretor Sérgio e Presidente Braga, pois, logo após a nossa
posse, fui à CEEE conversar com o então Presidente na busca de parceria com
esta Casa. E, de pronto, não poderia esperar de outra maneira, a parceria foi
construída. Hoje nós, na Semana de Porto Alegre, entregaremos a cada um dos
Vereadores uma das obras mais extraordinárias sobre a cidade de Porto Alegre, e
isso só foi possível porque a nossa Companhia assinou e patrocinou, dos 300
livros, doando 150 para a Câmara. Então, eu queria agradecer a parceria.
Saúdo
também os funcionários na figura da Rosane, que já foi citada, não sei se está
aqui, parceira da Cidade; na figura do Hélio, outro companheiraço das noites,
das madrugadas, dos sábados e domingos; do Jurandir, Gerente de Porto Alegre,
outro parceiro que não tem hora - quando chega, na Presidência, uma série de demandas
dos Vereadores, da Cidade, o Jurandir não só dá o retorno, como diz quem está
lá na ponta -; do Caio, que não está aqui, ele também é muito parceiro.
Presidente,
quero aproveitar para colocar uma questão que acho que diz respeito a milhares
de pessoas em Porto Alegre. Quando o Ministro Lobão esteve aqui, eu fui à
Assembléia Legislativa, participei da Audiência em que ele esteve, colocando o
que vou colocar agora. Acho que a nossa Companhia, que tem um cunho social
enorme, precisa ter um veio a mais na questão da regularização da energia
elétrica. Nós sabemos que isso não depende só da CEEE, mas sabemos que o Rio
Grande do Sul pode liderar esse movimento. Eu não sei se são vinte, vinte cinco
ou trinta, mas sei que há centenas de milhares de casas nesta Cidade com
ligações irregulares. Isso é ruim para os dois lados, Ver. Braz. É ruim para
quem chega em casa, pois, quando liga o chuveiro, o vizinho não pode ligar,
portanto eles têm que escalar os horários para tomar banho. E mais do que isso:
o cidadão faz um esforço danado para comprar uma geladeira, e, como a energia é
muito fraca, daqui a pouco queima a geladeira. E nós estamos falando de uma
Cidade que às vezes tem muito frio. Nós, aqui, Dr. Sérgio Camps, nesta
Legislatura, encontramos uma solução com o DMAE - temos Vereadores que foram
Diretores do DMAE, como o Carlos Todeschini, o Guilherme Barbosa, o João
Antonio Dib -, o Projeto Água Certa: se a pessoa provar a sua propriedade,
mesmo que seja precariamente, ou a posse, estende-se a rede de água. Eu disse
ao Ministro Lobão, do Governo Lula, que é de alta sensibilidade: “Ministro,
leve ao Presidente Lula, eu tenho certeza absoluta de que o Presidente Lula,
pelo seu passado, pelo seu presente, por tudo que ele representa, vai encontrar
uma forma”. A Agência Nacional de Regulação não pode ser tão fria assim. E, de
outro lado, também, desculpe-me, é uma burrice, pois ninguém vai ficar sem
energia. Portanto, o cidadão vai continuar tendo energia, mesmo não a pagando.
Eu
também vim a esta tribuna para dizer: quem sabe, Sérgio e Braga, pudéssemos - a
Casa, a CEEE, o Ministério Público, enfim, todos os órgãos - criar uma Comissão
Permanente? Se tivermos que convidar o Ministro, convidar o Diretor-Presidente
da Aneel, convidaremos, porque essa é uma questão nacional. O que aconteceu? As
cidades cresceram de forma desordenada. Porto Alegre, hoje, tem mais de
oitocentas áreas chamadas áreas irregulares ou loteamentos clandestinos; é uma
ocupação da área pública. Nós podemos pegar do Campo da Tuca ao Lami e chegar
ao Sarandi e à Ilha que vamos encontrar, para todos os gostos, comunidades que
estão em áreas irregulares. Mas elas têm que ter energia, elas têm que ter,
porque se trata de um serviço essencial.
Então,
fica aqui, Presidente, essa sugestão. E o agradecimento pela parceria, por
todas às vezes que a CEEE veio a esta Casa discutir conosco, encontrar caminhos
junto com a Prefeitura, junto com a Procuradoria. Mas acho que podíamos dar um
salto à frente, constituindo uma Comissão Permanente a fim de encontrarmos
soluções para as pessoas que às vezes não têm voz, não têm dinheiro para pagar
um ônibus e vir reivindicar, mas que são seres humanos. Não é possível que numa
Cidade alguns tenham tudo e uma boa parte não tenha quase nada, sequer energia
digna nas suas residências.
Essa
Companhia, acima de tudo, é pública, e, quando se trata de coisa pública,
efetivamente, a acessibilidade tem que ser maior. Por isso, aqui ficam, então,
o convite e o desafio, para que juntos possamos avançar. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: A
minha saudação inicial aos Presidentes da CEEE, Dr. Camps e Dr. Braga, e o meu
carinho muito especial ao Dr. Sérgio, ao Dr. Caio e ao Dr. Rogério Silva.
Amanhã nós teremos uma Audiência com eles e com as comunidades da Zona Sul.
Presidente
Camps e Diretor Braga, o Presidente Sebastião Melo instituiu e tornou hábito na
Casa a questão das Audiências Públicas. E, das Audiências Públicas, eu queria
pinçar uma Audiência que fizemos nos Lanceiros, um CTG da Zona Sul, na qual uma
senhora, em determinada hora, enquanto nós falávamos, se levantou e me
perguntou: “O senhor alguma vez já viveu sem água e sem energia elétrica?”.
Essa pergunta constrangeu todos, porque o banho que ela tomava era frio
e em conta-gotas.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Apenas
para as pessoas que estão acompanhando a Sessão, principalmente pela televisão,
gostaria de lembrar que esta é uma Sessão em homenagem aos 65 anos da CEEE.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado.
O
Sr. Sérgio Camps, Presidente da CEEE, está com a palavra.
O
SR. SÉRGIO CAMPS: Exmo
Sr. Presidente da Câmara, Ver. Sebastião Melo; Ver. Luiz Braz, proponente desta
homenagem, eu queria dizer aos Srs. Vereadores, aos companheiros da CEEE e aos
funcionários presentes do nosso orgulho; muito obrigado. Na quinta-feira
passada assumi o cargo de Presidente, cargo que até então estava sendo muito bem
conduzido pelo Diretor José Braga. Eu apenas quero renovar o nosso compromisso
de fortalecer, manter e estender o caráter público da CEEE. Portanto, as
questões levantadas pelo Ver. Luiz Braz, pelo Ver. Sebastião Melo e pelo Ver.
Claudio Sebenelo nós acolhemos desde já, colocamos na nossa agenda e vamos
continuar a conversa para criarmos essa Comissão, que é para nós um desafio dos
mais importantes, mas o mais necessário, o que precisa ser atacado, são os
problemas decorrentes das ocupações irregulares feitas pelos setores mais
desprovidos da sociedade de Porto Alegre.
Eu
quero dizer apenas isso, para deixar que fale o Dr. Braga, em nome da
Companhia, por duas razões - embora outras possa haver: primeiro, porque,
quando isto foi proposto pelo Ver. Luiz Braz, o Braga estava em pleno exercício
da Presidência, e depois porque esta é uma homenagem aos 65 anos da CEEE, e o
Braga tem 35 anos de CEEE; então, ele faz parte da história dessa Empresa,
portanto ele merece. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Cumprindo
a determinação do Presidente, eu repasso a palavra, agora, ao nobre Diretor,
Dr. Braga, para que fale em nome da Companhia.
O
Sr. José Francisco Pereira Braga está com a palavra.
O
SR. JOSÉ FRANCISCO PEREIRA BRAGA: Boa-tarde
a todos! Gostaria, primeiramente, de saudar o Exmo Presidente
Sebastião Melo e os demais Vereadores atuantes deste Parlamento; gostaria de
fazer uma saudação especial ao proponente desta homenagem aos 65 anos da CEEE,
o Ver. Luiz Braz; quero saudar também as demais autoridades presentes e,
principalmente, os meus colegas ativos e aposentados dessa grande empresa que é
a Companhia Estadual de Energia Elétrica. Prezados senhores e senhoras, esta
homenagem é o reconhecimento da comunidade, retrata e espelha todo o
reconhecimento às nossas ações, como empresa pública, durante 65 anos; ao mesmo
tempo, ela traduz o que a comunidade tem a dizer aos funcionários aposentados e
ativos, que, durante esse tempo, trabalhando com um insumo fundamental para a nossa
sociedade, vêm cumprindo a sua missão com dedicação e competência, atendendo às
demandas que requerem o setor energético do Rio Grande do Sul.
Muitos
talvez tenham esquecido que hoje a CEEE ainda detém a concessão de todo o
sistema de transmissão do Rio Grande do Sul; por trás das distribuidoras que
hoje existem no Estado está a CEEE. A CEEE tem uma área de concessão que
abrange 72 municípios e 1 milhão e 400 mil consumidores. Tem o Litoral Norte,
onde dispõe, por três meses, de uma infra-estrutura para dar condições de lazer
à comunidade gaúcha.
É com muito orgulho que eu, há 35 anos na Empresa,
venho acompanhando a evolução da Companhia. Apesar de a CEEE ter passado por um
período de privatizações, desverticalizações, é uma grande Empresa. Uma empresa
que fatura 3 bilhões e 200 milhões tem que ser uma grande empresa. Não pode dar
errado uma empresa que fatura esse volume de recursos. Eu quero colocar que
este é um momento muito especial, pois a Companhia se encontra num patamar
ideal. Quando assumimos, em fevereiro de 2007, tínhamos um balanço negativo de
61 milhões de reais e dívidas a pagar num montante de 67 milhões - que
evoluíram rapidamente para 90 milhões. Tivemos todo o apoio da Governadora do
Estado, que está muito atenta a essa questão da energia, porque energia é
fundamental para o desenvolvimento do Rio Grande. Hoje há grandes indústrias
com as quais a CEEE está comprometida: Aracruz, Porto de Rio Grande, Dique
Seco; são várias indústrias se instalando, e todas vão fazer as suas conexões
na rede básica de transmissão da CEEE.
Nós estamos investindo, hoje, na ordem de 390
milhões de reais; 56 milhões na
geração e obras de parcerias na usina Foz do Chapecó, no Projeto Ceram. Estamos
repotencializando pequenas centrais, automatizando pequenas centrais; estamos
fazendo o inventário do Rio Camaquã, onde esperamos ter um grande potencial
energético a ser explorado. Estamos conduzindo 23 obras de transmissão por todo
este Estado; oito já estão concluídas, seis serão concluídas até o final do
ano, e mais quatro serão concluídas no ano que vem.
A
Aneel, pela evolução do quadro de investimentos da CEEE, nos concedeu mais
quatro subestações: Pólo, Scharlau, Maçambará e Campo Bom. Então, a Empresa
vive um momento especial. Na distribuição, estamos comprometidos com o Programa
Luz
para Todos e já concluímos 80% dos investimentos nesse programa, atendendo 18
mil consumidores. Hoje estamos sendo reconhecidos por o todo o setor elétrico
em termos de premiação. A CEEE, na última pesquisa da Aneel, foi apontada como
melhor empresa distribuidora da Região Sul, a 2ª melhor da Região Sul e a 3ª
melhor do Brasil, com todas as dificuldades.
Quando o pessoal me diz: “Presidente, vamos ter um
outro ciclone pela frente”, eu digo: “São Pedro não está contra nós, ele está testando
a nossa competência”. Acredito que a CEEE deva continuar sendo o carro-chefe do
desenvolvimento do Rio Grande do Sul, e isso a gente nota pelas parcerias que
estão fazendo, pelo interesse da iniciativa privada em se coligar com a CEEE
para disputar leilões de obras e fazer parcerias. É com muito orgulho para mim
e, acredito, para meus colegas que estamos aqui hoje, pois esta homenagem
representa o reconhecimento da sociedade porto-alegrense à CEEE. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Mais uma vez quero cumprimentar o Ver Luiz Braz pela proposição -
acolhida pelo conjunto dos 36 Vereadores da Casa - e os Diretores Braga e
Sérgio, agradeço aos funcionários e às funcionárias que nos honraram com suas
presenças.
Suspendo a Sessão para as despedidas.
(Suspende-se a Sessão às 14h43min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h47min): Estão
reabertos os trabalhos da presente Sessão. Mais uma vez agradeço a todos os
visitantes. Convido o Ver. Adeli Sell para assumir a presidência dos trabalhos
da presente Sessão, tendo em vista que não se encontra no plenário nenhum
Vereador membro da Mesa neste momento. O Vereador-Secretário está impedido
porque fez uma cirurgia bucal.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Retomamos o
período de Comunicações. O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Comunicações.
(Pausa.) Ausente.
A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo Sr. Ver.
Adeli Sell, na presidência dos trabalhos nesta tarde, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, venho à tribuna para comunicar um fato lamentável
que ficamos sabendo hoje por intermédio da imprensa em relação ao CETE, ao
nosso CIEP Mané Garrincha: os alunos estão sendo transferidos para outras
escolas, porque o CIEP está sendo desativado. Ver. João Bosco Vaz, isso para
nós, que somos do PDT, que construímos aquele CIEP... Era um CIEP modelo que
atendia o turno integral, fazia uma sondagem em todas as escolas estaduais para
selecionar alunos que demonstravam aptidão ao esporte, a Daiane dos Santos
passou por lá, foi descoberta, por lá esteve. Era um CIEP que atendia
deficientes com fisioterapia, com todo o atendimento necessário, para que
pudessem desenvolver todas suas potencialidades. Com certeza um orgulho para
nós, Ver. Ervino Besson, o nosso CIEP Mané Garrincha, o nosso CETE, onde mais
de mil e quinhentas pessoas usufruem de todo um trabalho, o qual, hoje, está
sendo desativado.
Nós sabemos, Ver. Guilherme Barbosa, que a sangria,
o ralo do dinheiro público é quando um Governo substitui o outro e termina com
os projetos do Governo anterior. E nós podemos dizer isso, porque temos uma
bagagem, uma história onde se deu continuidade ao trabalho que existia
anteriormente, um trabalho feito por outros. E eu dou exemplo, Ver. João
Antonio Dib, da estrada que liga Canela a Gramado. Quando o Collares assumiu
tinha apenas 20% da obra feita, e não havia sido paga nenhuma das parcelas. Ao
término, foi inaugurada, e o Governador mandou colocar: “Obra iniciada no
Governo Simon, concluída no Governo Collares”. Nós estamos aqui com uma bagagem
que ninguém pode negar.
Mas sabe, Ver. Guilherme Barbosa, que, no domingo,
a Secretária de Educação Mariza Abreu me disse, cara a cara, assim, Ver. João
Bosco Vaz: “Vocês são uns chatos, tu e o Collares, só falam do que fizeram!”
Nós somos chatos sabe por quê? Porque ainda estamos vivos e não podem apagar o
que fizemos! Há vinte e dois anos implantamos em Porto Alegre dezenove escolas
de turno integral. Vinte e dois anos! Hoje, sentada à frente da televisão, à
que a população de Porto Alegre assiste? Todos os candidatos dizem que vão
implantar o turno integral! Agora é bom. Poderão dizer: “Sim, hoje
reconheceram”. Mas e a responsabilidade pelo caos que se instalou, pela falta
de segurança, pela marginalidade? O que nós vivemos hoje ocorreu porque as
crianças não tiveram uma escola onde pudessem ficar o dia inteiro! Por essa
razão eu digo: nós somos chatos, estamos vivendo demais; nós, então, pesamos na
consciência daqueles que estão arrasando a Educação!
Eu tenho orgulho de dizer que, para supervisor,
orientador educacional, administrador e inspetor, só foi feito um concurso no
Estado do Rio Grande do Sul: na minha administração. Hoje esses especialistas
não existem; bibliotecas estão sendo fechadas, setores estão sendo fechados.
Esta Administração que está aí, com a sua consciência pesada, não quer que
ainda existamos, mas nós estamos aqui, o que foi feito está na consciência do
povo gaúcho, está na
consciência do porto-alegrense. Em cada bairro, em cada vila há um CIEP com uma
bandeira do PDT. E essa escola de turno integral é o único caminho para
eliminar a marginalidade. Nós vivemos momentos de insegurança, de assaltos e de
medo, por quê? Porque por vinte anos foi negado às crianças das classes mais
pobres, cujos pais trabalham, o direito a permanecerem o dia inteiro na escola,
com atendimento e qualidade de vida, qualidade na alimentação, no bem-estar e,
principalmente, condições para que pudessem disputar, lado a lado, com o filho
do rico em termos de capacidade - não por cota, nem por privilégio -, mas
porque teve oportunidade, no momento certo, a uma educação à altura. Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Muito
obrigado, Verª Neuza Canabarro.
Solicito
ao Ver. Guilherme Barbosa que assuma a presidência dos trabalhos.
(O
Ver. Guilherme Barbosa assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Barbosa): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da
Verª Sofia Cavedon.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Ver. Guilherme Barbosa; colegas Vereadores e Vereadoras, cidadãos e
cidadãs de Porto Alegre, caros telespectadores da TV Câmara, espectadores da
Rádio Web, eu preciso voltar a esta tribuna para tratar de um tema que tenho
tratado ultimamente aqui: o abandono absoluto do Mercado Público Central por
parte da Administração Municipal.
Lembro
da minha entrada nesta Câmara, em 1997, quando vários Vereadores - entre eles,
eu - fizeram um movimento de valorização do Mercado Público Central, que é um
dos lugares mais importantes, simbólicos, bonitos, é um ícone da cidade de
Porto Alegre. É um lugar de compras, é um lugar de encontros, diversão,
gastronomia, é um grande espaço da economia, da cultura e da vivência de Porto
Alegre. Mas o atual Governo contratou uma cooperativa, a qual já denunciei
várias vezes, já levei o caso ao Ministério Público, à Superintendência
Regional do Trabalho, como também à empresa de vigilância que ali trabalhava,
empresa que não está pagando os vigilantes do Postão há mais de mês, a Reação.
Inclusive houve greve no Mercado Público por não-pagamento, e a empresa foi
substituída por outra, a chamada Pampa. Eu fiz um pedido de uma Comissão
Especial e quero insistir com os meus colegas Vereadores, eu fiz um bilhete
para os Srs. Vereadores e para as Sras Vereadoras no sentido de apoiarem essa Comissão. Ela não
precisa se estender por 60 dias, nem ter prorrogação de 30, mas tem de ser
ágil, com uma reunião chamando as partes. Ou se toma uma atitude, ou nós iremos
a outras instâncias para tratar do tema.
O
Mercado Público está sujo, está abandonado! Fotografei as lajotas da parte
externa, estão quebradas, estão danificadas. Tem dinheiro no Funmercado, e não
se discute, não se abre. Eu fiz um Pedido de Informações para saber quanto
dinheiro há no Funmercado. Estou defendendo um patrimônio, não me pauto por
possíveis brigas que possa haver, questiúnculas internas de A contra B, C ou D.
Eu sempre me pautei pela defesa do Mercado Público como instituição pública, é
algo público, dinheiro dos porto-alegrenses. E quem está lá paga aluguel, põe
dinheiro no Funmercado, dinheiro que só pode ser gasto com o Mercado. A última
reforma feita foi mal feita! E nós conhecemos a empresa que fez. Eu disse,
então, para o Secretário que iria dar dor de cabeça. Deu dor de cabeça! Essa
mesma empresa deu dor de cabeça naquele colégio no bairro Higienópolis, ao lado
do supermercado Zaffari, o Fabíola Pinto Dornelles, é a mesma empresa! Também
está dando problema diariamente, como eu denunciei aqui!
Fui
ao banheiro, não tinha papel, é uma sujeira infernal, as pessoas não conseguem
mais usar os banheiros do Mercado Público! E uma pessoa da cooperativa me
disse: “Acabei de chegar!” Sabia que eu tinha feito a denúncia. Sábado tive um
incidente com um sujeito da vigilância, porque encontrei pessoas - eu estava
conversando ali na entrada, atendendo a pessoas da Restinga -, e o guarda
começou a me empurrar! Eu entro agora no Mercado Público e me seguem. Pois eu
quero dizer: esses picaretas vão ter o que merecem, eu vou me utilizar de todos
os mecanismos legais, porque não sou daqueles que caem em provocação. Ninguém
vai me amedrontar, muito menos uma empresa picareta e seus guardiões, para não
dizer outra coisa. E vou adiante, não vou me dobrar, eu quero a defesa, chamo
os Vereadores e Vereadoras como fizemos em 1997: defender o Mercado Público,
fazer a limpeza do Mercado Público e garantir esse patrimônio da Cidade. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Ver. Adeli Sell, nobres
Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, recebi - talvez todos os
colegas o tenham recebido - um e-mail de uma moradora de Porto Alegre um tanto estressada, acho que tanto
quanto nós, também, por situações pelas quais passa a nossa Cidade em relação
ao trânsito.
Diz ela (Lê.): “Direito do Cidadão. Onde estão os
direitos do cidadão? Todos os dias enfrentamos um trânsito congestionado! Até
quando vão durar as obras da Baltazar de Oliveira Garcia? [Já faz anos] A
Avenida era ótima como estava há mais de dois anos. Fico imaginando que foi
calculado para alguns... [nem vou dizer a palavra aqui!], para levar a
população à loucura, ao transtorno físico e mental. Quem vai tomar
providências? Não existem guardas de trânsito, eles deveriam estar lá, serem
transferidos para essas áreas críticas em vez de estarem no Centro da Cidade controlando os parquímetros,
principalmente nos horários de pique, nos cruzamentos, nas sinaleiras. Se o
objetivo [diz ela] é multar, nesses pontos vão encher seus caderninhos. Buracos
destruindo nossos veículos! Quem vai pagar? São vias estreitando sem
sinalização prévia e provocando aquela guerra de competição pela vaga! Na Zona
Norte, onde eu convivo, o trânsito está ficando insuportável onde não tem
obras, e, onde existem obras, elas são lentas, então não se fala!”
O
que a moradora escreveu aqui realmente é o nosso dia-a-dia; ela também colocou
outras coisas. Esse estreitamento das pistas que nós estamos encontrando -
aliás, muito bem sinalizadas, muito bem pintadas - estão a causar alguma
preocupação, nobre Ver. João Antonio Dib. De repente, a gente se vê num
estreitamento, com dois ou três carros, tendo que um ou outro desacelerar, aí,
como diz ela, vem essa competição para ver quem passa antes. É uma tecnologia
que eu não sei se veio para favorecer ou transtornar ainda mais a cabeça do
motorista, quando ele está nesse trânsito amalucado.
Quando
se asfalta Porto Alegre, a cada asfalto as nossas bocas-de-lobo se distanciam
cada vez mais, e, quando passamos com o veículo, às vezes não tem como desviar,
o que, com certeza, compromete muito a estabilidade do automóvel. Quer dizer:
obras, transporte, obras públicas! Nós temos um fenômeno na Administração de
Porto Alegre que eu julgo de uma relevância muito grande: nós não temos
engenheiros de tráfego dentro da nossa EPTC. Teríamos que ter um departamento
de Engenharia de Tráfego para controlar as obras, para não prejudicar o
trânsito, os veículos, para evitar que causem danos e acidentes. Obras
caríssimas foram construídas, e, quando a gente se dá conta, nós temos à beira
das avenidas postes de concreto que já causaram a morte de muitos cidadãos de
Porto Alegre, porque o carro derrapa, bate de um lado, e o motorista ou o
caroneiro morre. É uma responsabilidade grande do Poder Público, algo causado
pelas obras do Poder Público!
Só
que não se preocupam tanto, porque as indenizações do Poder Público custam a
vir para o cidadão, na contramão da história, porque, se for o inverso, o
cidadão com certeza é chamado a pagar e, se não paga, é capaz de sofrer outras
conseqüências. Então, a moralidade da Administração Pública, necessariamente,
passa por esses cuidados, passa por esse tratamento eqüitativo do contribuidor
e do arrecadador. Por que só um pode ser cobrado na Justiça e tem que pagar,
enquanto o outro fica anos e anos e anos protelando os seus direitos, através
de precatórios; precatórios mínimos, pequenos, a que o cidadão tem direito, mas
que não lhe é pago. Então, se queremos ver um País realmente forte, feliz,
coeso, digno e justo, nós temos que partir no sentido da moralização eqüitativa
entre o que paga e o que recebe os impostos, numa mesma dimensão, num mesmo
ponto de partida. Com esse imposto que os Governos arrecadam, deveria haver,
pelo menos, o respeito àquele que paga, quando ele busca na Justiça os seus
direitos. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. José Ismael Heinen.
O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr.
Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, João Dib, eu quero falar sobre o Centro Estadual
de Treinamento Esportivo, mais conhecido como CETE, onde diariamente faço meus
exercícios; onde milhares de pessoas se exercitam; onde o então Governador
Collares e a então Secretária Neuza Canabarro construíram um CIEP, que era para
ser uma fábrica de atletas, ou seja, só estudariam ali naquele CIEP os talentos
das outras escolas, alunos que ali seriam trabalhados; onde, no Governo Antônio
Britto, quando o Arataca, da Sogipa, foi o Subsecretário de Esportes, foi
colocada uma pista sintética. Mas tudo que foi construído com a inteligência,
com as mãos, com a vontade política, a Secretária da Educação Mariza Abreu está
destruindo. Quem freqüenta o CETE, vou repetir, como eu freqüento diariamente,
vê dezenas, centenas de pessoas, de crianças lá, vê os professores ministrando
aulas. Há um ginásio fantástico recuperado; num outro ginásio, surgiu a Daiane
dos Santos, nossa gauchinha de ouro. Há um grande projeto social de caratê; lá
foi lançado agora pelo João Derly um grande projeto social de judô; há
escolinha de futebol para as crianças. Mas aí a Secretária retira de lá os
professores, que não passam de dez, porque estão faltando dez professores na
rede pública. Dez! E não chegam a dez os professores que trabalham lá!
Eu
venho a esta tribuna para isentar disso a Fundergs, Fundação de Esporte e Lazer
do Rio Grande do Sul, presidida pelo Carlos Finck. Eu venho a esta tribuna para
isentar o atual Secretário de Esportes e Turismo do Estado, Heitor Goulart.
Ora, se a Secretária da Educação não tem consideração com o seu colega,
Secretário de Esportes e Turismo Heitor Goulart, com o Presidente da Fundação
de Esportes e Lazer, é muito provável que a Secretária nem conheça o CETE. É
muito provável que a Secretária Abreu nunca tenha ido ao CETE para ver o que se
passa lá.
O
CETE funciona mais ou menos como o Ginásio Tesourinha, que é administrado pela
Prefeitura. No Ginásio Tesourinha há 1.800 alunos - 90% da terceira idade -,
com aulas das sete da manhã às dez da noite. Sabe quantos professores nós
colocamos lá? Quinze, para atender esses alunos. Lá no CETE não chegam a 1.800,
mas passam de mil; são pessoas da comunidade, pessoas carentes, pessoas que
necessitam desse trabalho. Pelo amor de Deus, estão brincando!
Hoje
eu li: a SEC está chamando, selecionando, vai contratar professores
temporários. Mas que se contrate, então, para colocar na rede formal de ensino!
Por que tirar os professores de Educação Física?! Um professor de lá, o
Paulinho, que dá aula de futebol, me disse ontem: “Estão me tirando daqui, onde
estou há vinte anos, e vou dar aula de Educação Física no EJA à noite”. Mas
olhem o desperdício! Olhem o desperdício! Por favor, Secretária Mariza Abreu,
vá ao CETE conhecer a sua estrutura. Saía do Gabinete, saía de trás da mesa, vá
lá, converse com as famílias que são beneficiadas, com as crianças que são
beneficiadas, com os professores que estão lá, que são poucos e que às vezes
ultrapassam a própria carga horária pelo amor que têm. Eu tive uma experiência
de Secretário de Esportes agora, Ver. Dib, e fiquei impressionado: num
determinado verão, num projeto nosso de verão no Lami, um professor, Doutor em
Educação Física, estava ali cuidando das crianças que brincavam na cama
elástica e na piscina de bolinhas. Eu pensei: “Que dedicação é essa, de um
Doutor em Educação Física, de um Mestre em Educação Física?!” A Secretária,
atrás de uma mesa, num canetaço... Talvez não saiba nem onde fica o CETE! É uma
vergonha!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. João Bosco.
Passamos ao
GRANDE EXPEDIENTE
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Ervino Besson.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente Adeli Sell, Vereadores
e Vereadoras, ilustres pessoas que nos assistem aqui no Plenário Otávio Rocha,
em especial a minha amiga Rosemary Fernandes da Silva, a Rose, que veio nos
visitar; é uma honra tê-los todos aqui.
Eu
sou uma pessoa otimista e gosto de divulgar as coisas boas que acontecem na
nossa Cidade, coisas para o futuro da nossa Capital - gosto de ver isso. Sou
Presidente da Frente Parlamentar do Turismo, e nós temos algumas novidades,
Verª Neuza, nessa área. Por exemplo, o turismo religioso. Está em conclusão,
Rose, na nossa Catedral Mãe de Deus, o Museu Sacro, que deverá estar
funcionando daqui a alguns meses. Ele irá colaborar fortemente com o turismo
religioso da nossa Capital. Ontem, junto à Presidência, nós recebemos um
enviado da Arquidiocese de Porto Alegre, dizendo, Rose, que lá na Vila Betânia
- onde fomos companheiros, por muitos e muitos anos, junto ao Movimento de Casais
Teorema, também com a Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa, a ADCE -,
lá naquele complexo da Vila Betânia, que inclui a Gruta da Glória, estão também
elaborando, pensando um grande projeto turístico: o de transformar aquela área
toda, ainda remanescente de mata atlântica, num projeto turístico, Ver. Adeli
Sell, V. Exª, que é o Secretário-Geral da Frente Parlamentar do Turismo. Querem
fazer um projeto grande, inclusive com transporte via teleférico, para atrair
turistas para aquela região, fortalecendo o nosso turismo religioso, incluindo
o Santuário Mãe de Deus, a capela de Belém Velho, a gruta N. Srª de Lurdes e
transformando a Vila Betânia numa pousada turística, com turismo religioso e,
ao mesmo tempo, turismo ecológico.
Também
temos o Projeto dos Caminhos Rurais já em andamento, e em breve será implantada
uma sinalização dos nossos Caminhos Rurais. Porto Alegre tem a Zona Rural, a
segunda maior Zona Rural entre as capitais de todo o País, perdendo apenas para
Palmas, no Tocantins. Esses Caminhos Rurais, de agora em diante, Ver. Guilherme
Barbosa, serão fortalecidos. O Ver. Adeli Sell, inclusive, já encaminhou ao Sr.
Prefeito um pedido para a melhoria daquelas estradas que levam às estâncias
rurais, onde recentemente realizamos um Dia de Campo, lá na Fazenda da
Figueira, no bairro Lami, que foi uma oportunidade de o trade turístico
conhecer essa grande expressão turística em Porto Alegre.
E
estamos já na parte final da escolha do projeto que vai revitalizar o Cais
Mauá, o nosso porto, há tantos anos esperado; já estamos na parte
final - o responsável é o Dr. Edemar Tutikian - da escolha de um dos três
projetos para revitalização do Cais Mauá, transformando aquele local num pólo
forte de atração turística para a nossa Capital. Essas são as boas notícias do
setor de turismo da nossa Capital.
Estive, recentemente, com o Sr. Prefeito Municipal,
juntamente com todo o trade, juntamente com a Frente Parlamentar do
Turismo, pleiteando uma melhoria, um acréscimo no orçamento da Secretaria do
Turismo para o próximo ano. Fomos bem acolhidos, acho que o assunto está em
andamento, está em desenvolvimento, para que tenhamos recursos para promover o
destino Porto Alegre. Nós somos muito bons em turismo mandando gente para fora
de Porto Alegre, mas precisamos trazer turistas para Porto Alegre, para
conhecerem melhor a nossa Capital, as nossas ilhas, as nossas atrações,
trazendo recursos financeiros para a economia de Porto Alegre. Chega de mandar
turistas e recursos para fora de Porto Alegre e, muitas vezes, para fora do
País. Tenho certeza de que o Sr. Prefeito irá ouvir as solicitações de todo o trade
turístico e da Frentur para incrementar o orçamento da nossa Capital para fins
turísticos.
Também estivemos, nesta semana, em reunião com o
Ministro das Cidades, Márcio Fortes, estavam lá representando a Câmara os
Vereadores Adeli Sell, Maria Celeste e este Vereador. Estávamos lá encaminhando
uma solução aguardada há vinte anos por Porto Alegre, que é a construção do
Acesso Norte do nosso Porto Seco, um grande ambiente logístico e de transporte
da nossa Capital, mas que tem dificuldade
para a saída, para o acesso à nossa freeway. É lamentável que no século
XXI nós tenhamos problemas pequenos a serem resolvidos, mas que são aguardados
por vinte anos sem soluções. E o Acesso Norte, que vai dar acesso do Porto Seco
até a freeway - ou até a Av. Assis Brasil para a nossa via rápida, que é
a freeway -, espera, aguarda há vinte anos. Nesse período, perdemos
grandes oportunidades, grandes empresas deixaram de se instalar em nossa
Capital, indo para Canoas e até para outros Estados. Está na hora, então, de
darmos um encaminhamento. Estivemos lá, estes três Vereadores, junto ao
Ministro Márcio Fortes, que é do meu Partido, o Partido Progressista, e fomos
muito bem acolhidos.
Acabei
de falar, Ver. Adeli Sell, com o Engenheiro Adriano Gularte, da SMOV, e o
Projeto está concluído já há muito tempo na SMOV, ele será reavaliado
tecnicamente e encaminhado ao Ministério das Cidades para que sejam aportados
recursos na ordem de 26 milhões de reais. Isso engloba a construção,
propriamente dita, e a desapropriação de moradias, que estão, a maioria, em
situação irregular, em zona de risco junto a um córrego, ou a um arroio,
inclusive várias casas estão sobre palafitas. Então também será uma
oportunidade para reurbanização da nossa Capital, realocando aquelas pessoas
para moradias mais dignas.
E,
para encerrar, na audiência que tive com o Sr. Prefeito, solicitei uma atenção
maior ao bairro São Geraldo, que não vinha tendo um atendimento maior devido ao
constante alagamento daquela região, porque é uma região em nível mais baixo,
então constantemente alagava. Agora, com a construção, com o funcionamento do
Conduto Forçado Álvaro Chaves, a região não mais alaga. Essa é a grande
oportunidade que temos de revitalizar o Bairro, de colocá-lo na modernidade que
Porto Alegre merece. O Prefeito concordou e pretende fazer um mutirão naquela
região, revitalizando o piso das vias, algumas asfaltadas, outras pavimentadas
com paralelepípedo, para dar um novo visual ao bairro São Geraldo; também
pretende um fortalecimento da nossa iluminação pública, uma limpeza geral das
bocas-de-lobo e das tubulações do esgoto pluvial.
Então,
senhoras e senhores, telespectadores que nos assistem pela TVCâmara, são
notícias boas que temos para nossa Capital, que se pretende fortalecer;
queremos cada vez mais desenvolver a nossa Capital, para que os nossos
munícipes se sintam cada vez melhor em nossa Capital. Sr. Presidente, muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr.
Presidente, acabei de fazer um pronunciamento a respeito do Centro Estadual de
Treinamento Esportivo, o CETE, e disse que a Secretária Mariza Abreu estava
pedindo o retorno de dez professores. O Presidente da Fundergs, Fundação de
Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul, o Carlos Finck, me ligou, vejam o
preciosismo da Secretária: ela está retirando do CETE quatro professores, que
vão fazer falta no CETE e não vão resolver o problema da rede escolar. Muito
obrigado, Excelência.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Passamos
à
(até 05 oradores/10 minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 5150/08 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/08, que dispõe sobre as Diretrizes
Orçamentárias para 2009 e dá outras providências.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente desta Sessão, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, não pretendo usar os dez
minutos, mas preciso fazer uma retificação sobre o que eu disse ontem,
tão-somente isso.
Ontem
eu disse que, até às 18 horas de quarta-feira, poderiam ser apresentadas
Emendas Populares com 300 assinaturas, ou com três entidades representativas da
sociedade. Entendia que ontem era o último dia de discussão da Pauta Especial.
Evidentemente, em algum dia a Pauta não ocorreu, por isso estou falando agora,
para que corra o dia de Pauta; portanto, deva-se encerrar.
Hoje
deveria estar, na Comissão de Finanças, o Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Vou continuar pedindo aos meus ilustrados colegas que não façam
muitas emendas, porque a Lei de Diretrizes Orçamentárias só vai dar as
diretrizes para que se faça a Proposta Orçamentária, que deve chegar aqui
depois de 30 setembro. Não sei exatamente o dia. De qualquer forma, não adianta
fazer Emendas, porque isso não resolve nada. O Prefeito fez um belo Projeto,
está muito bem explicado nos anexos. Realmente, não é simples a verificação dos
anexos, são 22 Programas em que ele baseia a futura Proposta Orçamentária.
Portanto dou como cumprida a minha parte na Pauta no dia de hoje, até porque
espero que, contando o dia de hoje, se encerre... Pergunto à Diretoria
Legislativa: ainda há mais uma Sessão?
(A
Diretoria Legislativa responde positivamente.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Vejam
que estamos atrasados, e bem atrasados. Deveria estar hoje nas mãos da Comissão
de Finanças, e não está, e a Diretoria Legislativa me informa que ainda falta
uma Sessão, evidentemente houve falta de quórum. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Exatamente; está esclarecido. Não houve por falta de quórum, portanto vai haver
mais uma reunião.
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Eu
agradeço, já me manifestei sobre o Projeto e estou me preparando para abordar
outros temas na próxima Sessão, na segunda-feira. Por hoje, é esta a minha
contribuição, preparo-me para a próxima segunda-feira. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Obrigado, Vereador.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Ver.
Adeli Sell, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, mais uma vez vamos discutir a Lei de Diretrizes
Orçamentárias, e está previsto para o próximo ano que quem for governar Porto
Alegre terá um Orçamento de 3 bilhões e 73 milhões de reais. Queremos dizer que
será um acréscimo de 13,42% em relação ao deste ano, que é de 2 bilhões e 826
milhões de reais. As diretrizes previstas na lei abrangem 22 Programas,
incluindo o Orçamento Participativo, o Socioambiental (Pisa) e o Programa
Integrado Entrada da Cidade (PIEC). Na Exposição de Motivos do Projeto, o
Prefeito salienta que “os quantitativos financeiros constantes nas metas
fiscais expõem o compromisso com o equilíbrio das contas públicas”. Do Projeto
enviado à Câmara, o Executivo também apresentou dados sobre o ano de 2007.
Conforme a Prefeitura, a receita total atingirá pouco menos do que aqueles 2
bilhões e 826 milhões previstos, e sim 2 bilhões e 610 milhões reais; 2,48% a
menos do que o valor estimado. A dívida consolidada líquida, em 2007, atingiu
317 milhões, valor 44,85% menor do que a previsão de 576 milhões de reais.
Muitas vezes ouvi alguns Vereadores dizendo que
estava previsto, e não se gastou tudo. Algumas coisas ocorrem em decorrência do
volume, que foi menor do que estava previsto. Como já havia falado, no próximo ano, desta previsão de 3 bilhões e 73
milhões, o Governo já prevê que 10% serão aplicados em investimentos, ou seja,
307 milhões serão aplicados em investimentos. Sabemos que, pela Constituição
Federal, o Município tem que aplicar, no mínimo, 25% em Educação e 15% na
Saúde. O Executivo está propondo para o próximo ano 19%. Para este ano, também
já estava previsto acima dos 15% da Constituição. Sabemos que a Saúde é um
setor nevrálgico da nossa Cidade, por mais dinheiro que o gestor público possa
investir, ainda vamos continuar tendo carência nessa área.
Também quero falar que a
proposta da LDO atende aos investimentos previstos no Orçamento Participativo,
que elegeu para o próximo ano como três principais eixos Habitação, Educação e
Assistência Social, e, no quarto item, a questão da pavimentação. Quero me
deter um pouco na questão especificamente da Assistência Social. Dentro da
configuração do Orçamento Participativo, a Assistência Social sempre, vamos
dizer assim, é o “primo pobre”, porque uma comunidade, quando se reúne, vai
normalmente buscar os seus anseios localizados, ou seja, uma pavimentação para
a sua rua, o esgoto cloacal e pluvial na sua rua, mas também a comunidade é
sensível quando o clamor daquele lugar pede por uma escola, e a Assistência
Social sempre fica relegada a um segundo plano. Este Vereador entende que a
Assistência Social, mais do que nunca, é um dever do Estado. Sabemos que hoje
centenas de entidades trabalham de maneira filantrópica, de maneira voluntária,
atendendo aos mais diferenciados sistemas, aos portadores das mais diferentes
deficiências, há aí a questão dos idosos, dos abandonados, a questão das
crianças em situação de risco em nossa Cidade. Volto a dizer: este Vereador
entende que é dever do Estado cuidar das questões relativas à Assistência
Social.
Sobre os Programas: na
última vez já lemos, são 22, e eu gostaria de mais uma vez enfatizar que essa
vinculação dos Programas também é uma nova maneira de gerenciar a Cidade; a
maneira ortodoxa é cada Secretaria com a sua autonomia. Esses modelos, esses
paradigmas estão sendo aos poucos rompidos, e os Programas fazem uma
transversalidade, com as diversas Secretarias se inserindo nos Programas. Isso
é uma forma nova de administrar. Mas confesso aos senhores e às senhoras que
vai levar muito tempo para quebrarmos o antigo paradigma, porque o modelo tradicional,
vigente no nosso País, é ter as Secretarias Municipais, ter os Secretários
Estaduais e ter os Ministros das respectivas Pastas... Quando se fala em
Programa, quando se fala na questão da transversalidade, ainda é difícil
visualizarmos que um determinado Programa possa inserir diversas Secretarias -
e deve inserir, essa é a visão nova -, porque,
na medida em que todas as Secretárias estão engajadas num Projeto, temos a
certeza de que a construção desse Projeto fica de uma maneira mais consolidada.
Quero colocar também que a questão das Reservas de
Contingência, que as despesas com operações de crédito ou despesas vinculadas,
elas ficam muitas vezes... O Ver. Luiz Braz, nesta semana, por ocasião da
visita de representantes da Secretaria da Fazenda e do Gabinete do
Planejamento, perguntou o que seria essa reserva de contingência. Foi-nos
colocado, Ver. Luiz Braz, que se trata eventualmente de uma diária, uma questão do Pasep,
vale-refeição, vale-transporte, uma assistência médica, um auxílio funeral, uma
previdência dos servidores inativos, pensionistas, um salário-família, um
auxílio doença e salário-maternidade. São situações em que não há como o gestor
prever a totalidade, mas ele tem que prever que essas situações acontecem.
Então, na realidade, o que nós estamos fazendo aqui, hoje, é uma explanação
daquilo que está previsto na LDO. E de que maneira? Nós, Vereadores, podemos
nos apropriar, fazer emendas para que o Executivo possa trabalhar e mandar logo
depois a esta Casa o Orçamento. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós
é que agradecemos.
A
próxima inscrição é deste Vereador. Eu pediria ao Ver. Guilherme Barbosa que
reassuma a presidência dos trabalhos neste momento, para que eu possa usar da
tribuna.
(O
Ver. Guilherme Barbosa reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Barbosa): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Guilherme Barbosa, na presidência dos trabalhos, eu queria dizer ao nobre Líder
do Governo que não tenho essa mesma euforia em relação à LDO e à Proposta
Orçamentária que está prevista com os valores aqui colocados, até porque não é
algo tão animador assim, ainda mais quando se passou muito tempo gastando mal.
Eu
quero dar alguns exemplos das incongruências desta LDO, cuja apreciação eu já
iniciei no dia de ontem e também na semana passada.
Ontem,
num aparte à Verª Sofia, eu insistia na questão do Programa Cidade Integrada.
No ano passado, nós colocamos na LDO o Acesso Norte do Porto Seco. Nós
colocamos uma verba de 1,5 milhão, para que pudéssemos ter a contrapartida ou
para contratarmos o serviço de engenharia, ou seja, contratar o projeto de
engenharia. Mas nada, absolutamente nada, foi feito, apesar de haver um acordo
com o Sr. Prefeito Municipal. Eu lastimo profundamente essa questão. Como aqui
já foi relatado pelo Ver. Nedel, nós tivemos uma audiência com o Sr. Ministro
das Cidades nesta semana, em que colocamos a importância do Acesso Norte do
Porto Seco para a cidade de Porto Alegre e também para a cidade de Alvorada,
porque essa seria a entrada direta para Alvorada, via freeway, passando
pelo Porto Seco e acessando a cidade de Alvorada, sem ter que fazer o acesso
via Av. Assis Brasil, Av. Bernardino Silveira Amorim, ou mesmo Av. Baltazar,
por óbvio. Seria algo extremamente importante para a economia da cidade de
Alvorada; seria essencialmente importante essa obra, que custaria em torno de
26 milhões de reais. Segundo o Ministro, não entraria no PAC da Mobilidade, mas
nós temos outros recursos federais que poderiam ser acessados. Nós teríamos que
ter uma contrapartida da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Bom,
se a Prefeitura Municipal de Porto Alegre não contrata um projeto que custaria em
torno de 400 mil reais, tendo um Orçamento de 1,5 milhão, como nós colocamos
aqui, eu vejo que há falta de vontade política, incompreensão política sobre a
economia da Cidade. Esta Cidade, do jeito que está, com a burocracia que tem,
com a incompreensão que tem sobre o dinamismo da sua economia, não pode
crescer, não vai crescer. Mas nós vamos fazer Porto Alegre crescer, nós
voltaremos ao Sr. Prefeito Municipal para uma discussão séria sobre essa
questão. Nós pretendemos fazer uma reunião com a Secretaria Municipal do
Planejamento, vou procurar o Secretário Ricardo Gothe, para que nos explique a
situação daquelas vias, da Av. Plínio Kroeff e da outra via, para que possamos
ter duas pistas de acesso à freeway e para que também possamos saber
quantas casas teriam que ser deslocadas, qual seria a necessidade de remoção
naquela área. Uma cidade dinâmica, indiscutivelmente, tem essa questão de
remoções de alguns espaços, e nós trataremos disso com todo o cuidado.
Eu
também quero insistir na importância de termos uma reunião com o Governo do
Estado, em princípio seria com a Sedai, com a Secretária de Transportes, enfim,
porque isso tem a ver com o conjunto da economia do Rio Grande do Sul, porque
aqui no Porto Seco nós temos um grande serviço de logística e, para isso,
precisamos tratar dessa questão com o carinho que ela merece.
Também
vou tratar de outro tema que já tratei, o da incongruência que está colocada
aqui na LDO. Refiro-me ao tema que coloquei da outra vez, a questão tributária.
O Capítulo IV diz o seguinte: “Redução de isenções e incentivos fiscais.” Ora,
ora, vejam só! Redução de quê? Do nada? Reduzir zero do zero, dá zero! Não
houve redução, não houve isenção no último período. Não houve! O que nós
fizemos aqui, e faz tempo - e já foi tarde -, foi reduzir o ISS de 5% para 2%
na área de TI, Tecnologia da Informação. E antes disso reduzimos as alíquotas
de ISS na área de asseio, conservação e vigilância, entre outros.
Nós
temos uma audiência marcada amanhã com o Sr. Secretário Municipal da Fazenda,
Cristiano Tatsch, para tratar de rebaixamento de alíquotas - sim, nós queremos
discutir - dos call centers. São Leopoldo acaba de ganhar uma empresa
com quase mil empregados, porque lá cobram apenas 2%, enquanto nós cobramos 5%.
São Paulo, Goiânia e Salvador ficam com as grandes empresas de call center,
porque lá o ISS é de 2%, além de ter incentivo na área do ICMS na parte de
telecomunicações. Nós estamos estudando essa questão. Já fui visitar o Afocefe,
um Sindicato que tem dado tantas informações importantes sobre a questão
tributária, especialmente o ICMS.
Mas
vou tratar também da questão das agências de viagem, porque é um absurdo o que
aconteceu nos últimos anos com as empresas aéreas “pintando e bordando”,
decidindo absolutamente e fazendo o que querem. Pagam o que querem para as
agências de viagem. É um absurdo isso, porque está levando esse setor à
quebradeira. Nós estamos pagando 5% em Porto Alegre. Então, não há
competitividade, não há possibilidade de progresso com alíquotas tão altas, e
nós acabamos deixando de arrecadar.
Além
disso, há a questão das lotéricas. Nós temos aqui, inclusive, a direção da
Febralot, e eu já discuti com o seu Presidente, o Sr. Michielon. Nós temos o
pagamento de 5% na fonte, que é descontado pela Caixa Econômica Federal, e
depois quem está no Simples paga mais ou menos 2%. Ou seja, nós teríamos um
caso de bitributação. Isso tem que ser analisado, tem que ser discutido.
Também
quero entrar em outras questões como o Programa A Receita é Saúde, Programa
Bem-me-Quer, etc. O Vereador-Líder do Governo falou aqui da questão das
prioridades. Ora, se a Assistência Social está nas prioridades da LDO deste
ano, ela certamente não está nas prioridades do escopo deste Governo, é só ver
o número de moradores de rua, de crianças abandonadas, é só ver a drogadição
espalhada pela Cidade. Isto aqui é peça de ficção, e peça de ficção de péssima
qualidade, porque, quando eu quero ler bons romances, eu procuro bons autores
nacionais, a começar por Erico Verissimo, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos e
outros. Isto aqui é literatura de péssima qualidade, de quinta categoria, e,
infelizmente, nós temos que a ler por dever de ofício. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Recebemos
neste momento, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, o seguinte Ofício,
assinado pelo digno Prefeito José Fogaça: “Sr. Presidente, ao cumprimentá-lo
cordialmente, comunico a V. Exª e aos demais Edis que entrarei em licença no
dia 08-09-08, a contar das 18 horas, até o dia 05-10-08, em consonância com o
previsto na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, no seu art. 92, inciso
III. Registro, por oportuno, que na vacância assumirá o Dr. Eliseu Santos,
Vice-Prefeito. Atenciosamente, José Fogaça.”
Está apregoado, portanto teremos votação na
segunda-feira.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a
Pauta Especial.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Adeli Sell, presidindo os
trabalhos, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, acredito,
Vereador-Presidente, que houve realmente uma evolução com relação à Lei de
Diretrizes Orçamentárias neste Projeto que foi apresentado agora aqui na Casa.
Eu fui escolhido como Relator na Comissão de Orçamento da nossa Câmara
Municipal, tivemos uma Audiência Pública em que estavam presentes o Secretário
da Fazenda e seus assessores, e fizemos algumas observações, Ver. Adeli, que eu
gostaria de compartilhar com os Srs. Vereadores neste plenário; primeiramente, com relação ao art. 2º do
Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Eu
acredito piamente que, enquanto não pudermos ter uma Administração com vontade
de recuperar o setor de planejamento do nosso Município, dificilmente vamos
retornar a um progresso ordenado em nossa Cidade. Temos que fortalecer, Ver.
Haroldo de Souza, a nossa Secretaria do Planejamento; temos que novamente
trazer para dentro da Secretaria do Planejamento bons técnicos, pessoas que
sejam capazes de orientar a aplicação dos recursos, porque, senão, vamos ficar
só baseados em alguma coisa que eu acho extremamente demagógica, que é fazer a
aplicação dos recursos através do Orçamento Participativo. Não que eu não
queira a participação das pessoas, das comunidades, mas acredito que não posso
ficar perguntando se os recursos do Município vão ser aplicados aqui, ali ou
acolá para a população, que não conhece o total dos problemas da nossa
comunidade. Acho que quem tem essa responsabilidade, quem deveria arcar com
essa responsabilidade é, claro, o administrador. Isso não aconteceu nem na
Administração passada e não vem acontecendo nesta Administração, apesar de eu
admirar aquilo que está sendo feito pelo Prefeito Fogaça, principalmente na
recuperação de um déficit orçamentário que existia aqui em nosso Município. Mas
tenho, com toda a certeza, que também reconhecer que não houve progresso com
relação ao fortalecimento desse setor de planejamento público, para que nós
pudéssemos ter, então, uma melhor orientação nos recursos, na colocação dos
recursos, para sabermos se, por exemplo, a área da Saúde merecia um melhor
investimento e onde, na área da Saúde, iríamos ter esse melhor investimento.
Também merece registro... Acredito que, por uma
falha do Projeto enviado, Ver. Adeli, à nossa Casa, o art. 3º, que fala sobre
reserva de contingência, coloca um mínimo, mas não coloca o máximo. O Ver.
Professor Garcia disse que eu fiz uma pergunta ao Secretário sobre o que seriam
esses recursos da reserva de contingência. O que eu perguntei ao Secretário foi
se nós temos um mínimo indispensável para a reserva de contingência, e nós
precisamos estabelecer um máximo para essa reserva de contingência, porque,
senão, qualquer percentual que estiver contingenciado será legal. Nós não
podemos trabalhar na reserva de contingência com mais de 2% do nosso Orçamento.
Então, aquilo que eu penso ser o ideal para colocarmos na reserva de
contingência seria 2%, deixando 1% como valor mínimo e 2% como valor máximo. No
art. 3º, ficaria bem se tivéssemos essa orientação na votação que iremos fazer
da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Também foi comentado antes da possibilidade de
suplementação. Essa é uma discussão que vem há muito tempo aqui na Casa: a
possibilidade de suplementar o Orçamento, uma carta branca que damos para que
as Administrações possam suplementar os Orçamentos. Como essa suplementação é
feita no topo, é claro que, se dermos 10% como está no Projeto, é muito
dinheiro, porque essa suplementação poderia ser feita tanto para a publicidade
como também para alguma coisa específica na área da Saúde ou na da Educação. O
administrador pode jogar todos os recursos numa suplementação em qualquer uma
dessas áreas sem perguntar absolutamente nada para os Vereadores aqui na Câmara
Municipal. Então, eu continuo achando que 10% é um valor muito grande para
darmos como carta branca ao administrador, para que ele possa suplementar em
qualquer das áreas. Nós temos que diminuir, e isso acontece todos os anos
quando votamos aqui a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Normalmente ficamos
entre 4% e 5%, que realmente é o ideal para se fazer a suplementação. Já houve
aqui uma tentativa para se fazer um engessamento das Administrações com relação
a essas suplementações. Então, foi sugerido, através de uma Emenda, que
houvesse uma suplementação por rubricas, o que realmente eu acredito que não é
o mais aconselhável, porque o administrador ficaria, muitas vezes,
absolutamente manietado para fazer as suas mexidas dentro do Orçamento.
Acredito que, se ficarmos entre 4% e 5%, ficamos bem.
Ver. Professor Garcia, uma discussão que vale a
pena fazer referente à Lei das Diretrizes Orçamentárias diz respeito ao que
chamam de pequeno valor. O art. 20 da Lei de Diretrizes Orçamentárias diz que
as despesas obrigatórias de caráter continuado, quando planejadas durante o
exercício econômico de 2009, serão submetidas à apreciação do Poder
Legislativo, menos aquelas que são consideradas, na Lei nº 101, como despesas
irrelevantes. E eu fiz uma pergunta: “O que são despesas irrelevantes? Qual é o
valor que tem de ser fixado para essa tal de despesa irrelevante?” E,
realmente, nós não temos nada que seja definido como a tal despesa irrelevante.
Então, ficamos de fazer uma discussão com o Executivo, porque acho que isso tem
de ser tratado com muita seriedade. Como está na Lei Complementar nº 101, nós,
aqui na Câmara Municipal, temos de tratar com muito carinho o quanto vamos
fixar para as tais despesas irrelevantes.
Para finalizar, neste Projeto, que veio bem para a
Casa, Ver. Claudio Sebenelo, temos muitas coisas para discutir com relação aos
programas. Mas algo que temos de saudar como absolutamente positivo e que não
foi feito nesta Administração, muito embora os recursos estivessem indicando
que esta Administração poderia fazer, é o Projeto Reluz, que nós votamos aqui
na Casa e que vai fazer com que a nossa Cidade fique mais e melhor iluminada,
afugentando, inclusive, perigos em algumas áreas da nossa Cidade. O Projeto Reluz está neste
Orçamento, Ver. Claudio Sebenelo: 24 mil pontos de luz vão ser colocados de
acordo com o Orçamento de 2009. Então, dentro da Lei de Diretrizes
Orçamentárias, nós teremos a possibilidade, ou pelo menos a definição, de 24
mil novos pontos de luz, o que vai, realmente, transformar nossa Cidade numa
cidade bem melhor iluminada. Inclusive, estou ouvindo, por parte de alguns
candidatos que estão disputando a nossa Prefeitura Municipal, exatamente a
discussão sobre esse tema. Acredito que todos eles deveriam adquirir este
caderno da Lei de Diretrizes Orçamentárias para dar uma olhada geral, para ver
que já há uma indicação, e isso é bom para a Cidade, independentemente de quem
ganhar as eleições da nossa Cidade. Seria bom que lessem o caderno; ganhe quem
ganhar, já existe aqui, na verdade, uma previsão para que 24 mil novos pontos
de luz sejam colocados na nossa Cidade. Ela, se Deus quiser, a partir do
próximo ano, será uma cidade mais segura, pelo menos nessas regiões onde os
pontos de luz serão colocados. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, venho fazer uma abordagem
sobre um assunto que já foi ventilado pelo Ver. João Bosco Vaz, relativo ao
Centro Estadual de Treinamento Esportivo. Já faz quase quinze dias que os
professores receberam uma notificação para designarem as suas escolas.
Originalmente, cinco professores... Uma professora já desistiu, foi para a
escola, a Professora Bernadete, os outros quatro ainda não, estão resistindo.
Na realidade, o que se percebe hoje é uma briga interna entre a Secretaria de
Educação e a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer.
O
Centro Estadual de Treinamento Esportivo hoje é vinculado à Fundergs, mas os
professores lotados na Secretaria de Educação. Quando foi criada a Fundergs, o
próprio ato de designação dizia que os professores que estivessem lotados
naquele órgão teriam a sua vinculação. O que ocorre é que o CETE - Centro
Estadual de Treinamento Esportivo - está esvaziado, um lugar que já teve mais
de cinco mil alunos. E eu posso falar com propriedade, porque fui, durante
muitos anos, Diretor do CETE. O CETE foi criado em 1973, e eu comecei a
trabalhar lá em 1974 e só saí em 1996, quando fui eleito; conheço bem a
realidade do envolvimento que aquele Centro tinha e o que tem hoje. Houve um
sucateamento e, volto a dizer, um sucateamento proposital. No ano passado, já
queriam terminar com o CETE, foi feito um movimento. Ainda tenho alguns
cartazes no meu gabinete, dizendo que o CETE está funcionando a todo vapor.
Mentira! Na realidade, funciona - e eu vou usar a expressão - “a meia-boca”, e
a decisão vai caber à Srª Governadora Yeda Crusius, porque há dois Secretários,
e existe um impasse.
A
Fundergs hoje é um órgão que recebe recursos financeiros bons do Ministério do
Esporte, mas que fica cuidando, essencialmente, de eventos e repasse de verbas
públicas para a construção de ginásios. Ora, os jogos escolares e escola estão
vinculados à Secretaria de Educação, perderam o seu sentido, porque não são
feitos com tranqüilidade. Então, gostaríamos que os Vereadores, na
quarta-feira, prestigiem a Comissão, para que a gente possa fazer aqui esse
confronto. Vão estar os dois Secretários, vamos sair com alguns indicativos, e
eu tenho certeza de que o Secretário de Turismo não vai querer perder a
Fundergs, como eu tenho certeza de que a Secretária Mariza quer o CETE, mas com
a Fundergs junto. Essa é a realidade, porque não vai querer administrar sete
hectares sem um real.
Na
realidade, quem perde com isso são os professores, os alunos, o esporte como um
todo, porque dali saíram inúmeros campeões. Hoje foi citada a Daiane, mas o
Paulão, do vôlei, antes de ganhar, em 1992, treinou ali! Cito também Jorge
Teixeira e há outros atletas, estou falando em atletas olímpicos, mas inúmeros
atletas saíram daquele lugar. Então, na realidade, esse sucateamento tem que
ser desmantelado. Eu acho que aí a Governadora vai usar o bom-senso, e não
cabe, realmente, ao Secretário A ou B decidir.
Agora,
a Governadora tem o poder de decidir, e a população quer é que haja professores
à disposição dos alunos e que possa haver um novo crescimento, porque aquele
lugar merece, realmente ele é um paradigma para o desporto no Rio Grande do
Sul. Lastimo dizer isso justamente no momento em que acabamos de terminar as
Olimpíadas, momento em que se discutiram os problemas da questão do desporto no
Rio Grande do Sul e no Brasil. Agora querem terminar, ou seja, estão cada vez
mais puxando para baixo o nosso desporto. Muito obrigado, Sr. Presidente, sei
que V. Exª faz parte dessa Comissão e vai estar aqui na quarta-feira.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Com
todo o prazer; muito obrigado, Vereador.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ADELI SELL: Meu caro
Ver. Sebenelo, senhoras e senhores, eu fico pasmo quando ouço as intervenções
aqui de duas figuras importantes da área do esporte e lazer - o Ver. João Bosco
e o Ver. Professor Garcia - acerca do CETE. Sinceramente, eu acho que nós temos
que analisar isso com muito carinho aqui nesta Casa, e eu pretendo fazer o que
for possível.
Eu
queria tratar de alguns temas de Porto Alegre, porque Vereador tem de
fiscalizar o Executivo. Eu queria saber, afinal de contas, por que as nossas
vilas populares estão tão mal cuidadas? Todos aqui falam do Morro Santa Teresa,
mas do que as pessoas falam e o que as pessoas vêem são as torres da TV, o
belvedere Deputado Ruy Ramos, inseguro, é verdade, mas do qual se descortina a
bela Porto Alegre, o delta do Jacuí e o generoso Guaíba. Só que do outro lado
do morro nós temos a Vila Dormênio, abandonada, suja, com árvores que vão cair
sobre os casebres e que a SMAM não deixa cortar - vai haver tragédia. Tragédia
pior pode acontecer numa vila que não tem nome, abaixo da Vila Ecológica, nesse
mesmo lugar, próximo à Escola Aberta ali da FASE, aquele prédio na Cruzeiro do
Sul. Já mandei fotografar, estou fazendo um dossiê e vou trazê-lo à Câmara
Municipal. O povo pobre desta Cidade merece a devida atenção!
Quem
não conhece a Entrada da Cidade, vindo de Canoas, todo mundo descortina uma das
mais tradicionais empresas de Porto Alegre, a Zamprogna, que produz, se não me
engano, aços finos. Pois ali ao lado tem um banhadão. Essa Vila se chama Santo
André. As crianças estão sempre embarradas, debaixo do barro, da sujeira, e têm
que caminhar todo um trecho muito longo para ir às duas escolas no bairro
Humaitá. A Prefeitura não põe caliça, não faz drenagem, e o esgoto corre a céu
aberto. Mas aquela comunidade é valorosa, aquela comunidade se organiza, tem
uma associação de moradores com uma sedezinha em situação precariíssima, mas
tem uma sedezinha, e ela se organiza e luta. Como também tem um clube de mães
que luta, que teima e que tem dignidade. Por isso, eu hoje coloco, como fala de
Líder de oposição, essas cobranças, o abandono das nossas vilas pobres de Porto
Alegre.
Mas
não é diferente na Lomba do Pinheiro. Quem sobe, vê o Loteamento Krahe, que é
uma ocupação. Lá nós temos a água, que é pé-de-galinha; a luz, que é gato. E
também há aquelas árvores, que não são nativas; as pessoas estão no meio de
árvores que vão cair nas cabeças delas. Vai haver outra tragédia na próxima
tempestade que der nesta Cidade, e serão responsabilizadas as autoridades
municipais. Nós estamos vigilantes, estamos aqui para cobrar, porque isso é o
poder e o dever de todo aquele que quer cuidar da cidade de Porto Alegre. Por
isso, meu caro Presidente, nós vamos continuar cobrando soluções para essa
situação.
Quero
cobrar também o triste estado de abandono da Rua Afonso Lourenço Mariante, na
Lomba do Pinheiro. Aquela parte não-asfaltada é só um banhadão nos dias que
chove. Agora que parou a chuva, não passou patrola, e tudo continua esburacado,
numa situação intransitável. E por lá passam aqueles imensos caminhões, aquelas
imensas jamantas, que vão pegar os resíduos sólidos, o lixo que ninguém quer na
estação de transbordo da Lomba do Pinheiro e que vão colocar lá em Minas do
Leão, a vários quilômetros daqui. A Prefeitura usa aquele trecho com seus
caminhões, que são de uma empresa terceirizada, e não vê o problema. Nós
queremos colocar esses problemas na análise, vamos continuar cobrando, porque
assim se faz, e oposição que se preza deve cobrar em qualquer circunstância
aquilo que está errado. Está errado o tratamento com as vilas de Porto Alegre.
Sr.
Presidente, solicito mais cinco minutos para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Concedido.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
O
SR. ADELI SELL: A outra
situação que eu quero abordar na tarde de hoje é a situação dos moradores de
rua, em especial no Centro de Porto Alegre. A situação é dramática, para não
dizer que é trágica; se nós passarmos à noite - mas pode ser durante o dia
também - pela Rua Jerônimo de Ornelas, veremos que há uma multidão; na Praça da
Matriz, outra multidão; e pasmem, senhoras e senhores, o Tribunal de Justiça
está cercado de moradores de rua, tem casa, tem casebre, tem cama, a qualquer
hora do dia ou da noite, e, claro, há aquelas cenas que todos nós sabemos como
são, a qualquer hora do dia ou da noite. E a população do Centro convive com
essa tragédia.
Mas
não é só a população do Centro que convive com a tragédia dos moradores de rua
e principalmente com o consumo de crack.
Uma resposta que me mandaram sobre a situação da Rua Riachuelo é de chorar,
porque as abordagens que dizem que fizeram, as coisas que fizeram, nada disso
aconteceu, porque vivenciamos aquela rua diariamente, temos as informações, é
vergonhoso. Fiz questão de tirar cópia do que me mandaram e distribui para os
moradores que reclamavam.
A
situação do bairro Floresta é também de calamidade. Nós temos na Rua Tiradentes
um assalto depois do outro, e, quando é assalto, há o grave problema dos
acidentes de quem desce a Rua Ramiro Barcelos esquina com a Rua Tiradentes,
pois mudaram a mão da rua, e, evidentemente, ali as pessoas sofrem sistemáticos
acidentes. Mas o mais grave de tudo são os furtos, são os roubos, a violência freqüente.
Não
é diferente a situação da Rua Hoffmann, onde nós temos o consumo aberto e
diuturno de crack. Mas, se você for um pouco mais abaixo, na Rua
Voluntários da Pátria, há meninas que são exploradas sexualmente; um pouco mais
para cima, na Rua Câncio Gomes, tudo no bairro Floresta, perto do Centro de
Porto Alegre, é outro flagelo, há a exploração sexual de meninas. Nós estamos
com uma sensação muito forte quanto a essa situação em Porto Alegre, e os
Conselhos Tutelares não funcionam. Denunciamos aqui, já mudamos a lei, mas foi
insuficiente, porque esta Câmara não teve a coragem de “botar o dedo na ferida”
e mudar radicalmente a lei dos Conselhos Tutelares. Temos uma nova legislação
sendo proposta, Ver. Claudio Sebenelo; todos teremos que analisar e votar neste
ano ainda, não podemos sair desta Legislatura sem votar uma nova lei dos
Conselhos Tutelares, porque a maioria dos Conselhos - e vão sair falando contra
o Ver. Adeli Sell, mas compro essa briga, porque os Conselhos, em regra geral,
não funcionam, são cabides de emprego, são elementos de manipulação e de
interesses de algumas pessoas, de alguns setores... Nós denunciamos, demos
“nomes aos bois”, levamos ao Ministério Público e continuamos cobrando. É uma
vergonha. Vários deveriam ter sido cassados, e não foram. Nós temos lentidão
neste Estado. Este Estado não cresce, porque nós temos falta de coragem, falta
de determinação, falta de ousadia, falta de atitude. Nós temos que mudar essa
situação. E nós vamos continuar cobrando. Muito obrigado, Ver. Claudio
Sebenelo.
(Não
revisado pelo orador.)
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 5131/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 213/08, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que altera a ementa e o
art. 1º da Lei nº 10.229, de 2 de agosto de 2007, que denomina Beco das
Gérberas o logradouro não-cadastrado, conhecido como Travessa A – Rua Prof.
Clemente Pinto –, localizado no Bairro Teresópolis, alterando para Travessa das
Gérberas a denominação desse logradouro.
PROC. Nº 5218/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 049/08, de
autoria da Mesa Diretora, que suspende, durante o ano de 2008, a realização do
Concurso Anual Sioma Breitman de Fotografias.
PROC. Nº 3612/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 146/08, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que altera a ementa e os
arts. 1º e 3º da Lei nº 7.663, de 15 de setembro de 1995, alterada pela Lei nº
9.405, de 15 de janeiro de 2004, instituindo a obrigatoriedade de colocação de
placas ou adesivos nas paradas de ônibus e de lotações que disponham de abrigos
com espaços publicitários especificando-lhes conteúdo.
PROC. Nº 4586/08 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 014/08, de autoria da Mesa Diretora e do
Executivo, que dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a
consolidação das leis referidas no art. 72 da Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre, sobre os projetos de leis, bem como sobre os atos normativos
expedidos pelos Poderes Legislativo e Executivo Municipais, revoga a Lei
Complementar nº 452, de 31 de julho de 2000, e dá outras providências.
PROC. Nº 4824/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 200/08, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que acrescenta inc.
VII ao art. 12 da Lei nº 3.187, de 24 de outubro de 1968 – que estabelece
normas para a exploração do Comércio Ambulante e dá outras providências –, e
alterações posteriores, incluindo no rol de atividades sujeitas a licenciamento
especial a venda de bebidas não-alcoólicas mediante a utilização de veículos de
propulsão humana.
PROC. Nº 4917/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 207/08, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que denomina Rua
Francisco Fraga Feijó o logradouro não-cadastrado, conhecido como Beco
Francisco Fraga Feijó, localizado no Bairro Jardim Botânico.
PROC. Nº 4984/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 209/08, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que denomina Rua Evaldo
Queiroz de Figueiredo o logradouro parcialmente cadastrado, conhecido como Rua
8810, localizado no Bairro Ponta Grossa.
PROC. Nº 4993/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 210/08, de autoria do Ver. Professor Garcia, que denomina Rua
Rodrigo Pavan o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua A Um – Vila Nova
Ipanema –, localizado no Bairro Hípica.
PROC. Nº 3862/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 187/08, de autoria do Ver. Beto Moesch, que declara os Túneis Verdes
como áreas de uso especial, com base no art. 51 da Lei Estadual nº 11.520, de 3
de agosto de 2000 – Código Estadual do Meio Ambiente –, e no art. 86 da Lei
Complementar nº 484, de 1º de dezembro de 1999 – Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental –, e em atendimento aos arts. 236, § 1º, V,
242, “caput”, e 243 da Lei Orgânica do Município, e dá outras providências.
PROC. Nº 3751/08 -
PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/08, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera o parágrafo
único do art. 19 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, definindo regras
para a ocupação de cargos em comissão nos Poderes Executivo e Legislativo.
PROC. Nº 4761/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 194/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua
Attílio Bilibio o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 2706,
localizado no Bairro Jardim Carvalho.
PROC. Nº 4780/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 195/08, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que oficializa, no
Município de Porto Alegre, a Semana ARP da Comunicação, realizada anualmente,
no mês de novembro, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do
Município de Porto Alegre.
PROC. Nº 3705/08 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 013/08, de autoria dos Vereadores Beto Moesch e
Dr. Raul, que altera a ementa e os arts. 1º, 2º e 3º da Lei Complementar nº
555, de 13 de julho de 2006, alterada pela Lei Complementar nº 574, de 7 de
julho de 2007, alterando a abrangência da proibição ao uso de produtos
fumígenos em recintos no Município de Porto Alegre, a definição desses recintos
e as sanções previstas ao não-cumprimento dessa Lei Complementar.
PROC. Nº 3739/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 157/08, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que inclui § 3º no art.
3º da Lei nº 10.260, de 28 de setembro de 2007, que rege o estacionamento
temporário de veículos, mediante pagamento, em vias e logradouros públicos de
uso comum, possibilitando à pessoa maior de 65 (sessenta e cinco) anos a
exclusão da retribuição pecuniária de que trata essa Lei.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 3956/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/08, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que obriga, nos
estabelecimentos de saúde do Município de Porto Alegre, a afixação de cartazes
que informem e incentivem a doação de órgãos e tecidos e dá outras
providências.
PROC. Nº 4791/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 196/08, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que denomina Rua Geni
Meneguette e Rua Caminho do Paraíso os logradouros cadastrados, conhecidos,
respectivamente, como Rua Três – Vila São Claro – e Rua Quatro – Vila São Claro
–, localizados no Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. Nº 4943/08 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 016/08, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que
inclui § 3º no art. 43 da Lei Complementar nº 234, de 10 de outubro de 1990,
que institui, em Porto Alegre, o Código Municipal de Limpeza Urbana, e alterações
posteriores, excetuando do rol de atos lesivos à limpeza urbana a deposição,
nos locais em que determina, de animais mortos, ou partes deles, utilizados em
cultos e liturgias de religiões de matriz africana e da umbanda.
PROC. Nº 5023/08 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/08, que institui o Caminho do Livro no Município de Porto Alegre
e a Feira do Caminho do Livro da Rua Riachuelo, e dá outras providências. Com
Emenda nº 01.
Convoco
os Srs. Vereadores para a Sessão Ordinária de segunda-feira à hora regimental.
(Encerra-se
a Sessão às 16h16min.)
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